quarta-feira, 20 de abril de 2011

Demónios

Destoam, raivas enlutadas, esses sádicos
Mal-dizeres que trazeis ao peito
E com que mordem os canibais sem jeito
Fumam e renunciam com vagar
Por uma onda de desejos satânicos
Que se desconhecem de algum lugar.

Mas existe tal fascínio pelo mal,
Pelos odores estragados
Valentes sorrisos enlutados descurados
Do querer erguer o vendaval
O Sinal do esquecer a mentira
Sem vida que viva e morra de seguida
Lá está o Réu!

Porque escuridão é só escuro
E quem rasteja no céu são os vagabundos
Deuses ignorantes de outros mundos
Quem sabe dos profundos
Se Belzebu desceu e comeu da sua carne
Para alimentar as trevas
E as pessoas, lerdas, nem sonham
Que não mais há céu!

E nem do amor e sacrifício
Provém vontade e claridade
Demónios levem, levem a verdade
E deixai a estes, que aqui proliferam
Não mais que um presente
De eterna solidão!

Ricardo Costa

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