domingo, 23 de janeiro de 2011

Menina

Ai, como eu queria em ti um céu
dessas flores em volta da estrada,
nesse teu precioso véu
em que debaixo te mantens calada.

Menina - Quem me dera ser quimera!
E ladrão de tamanhos feitos
Sobretudo - Ai, quem me dera
afagar minha face em teus suaves peitos!

Queria-te, de uma ou de outra maneira.
Em teus frenesims de calor humano,
para quem sabe - a vida inteira
sendo que não quero estar em engano.

Ah, esses teus limpos olhos marejados
que ao leve vento só arrepiam!
E é com eles, que pobres coitados
pela noite dentro fantasiam.

Peço teus beijos entre parapeitos e janelas,
peço teu corpo sem pudor de notar
- Mas, tal e qual antigas donzelas
ris-te e escondes-te sob o azul luar.

E eu, sem nome, que assim sou
lutador por minha forte natureza
- renego o desespero do que me azarou
e fico lutando por sua beleza!

Menina - Quem me dera pra sempre viver
para que sempre te possa olhar
Ai, que agonia esta - a de não te ter
e saber que não te posso não amar!

E se - cruel destino cair em mim,
sem que possa teu coração ser meu
Gostaria que acaba-se assim:
- "Meu coração será sempre só teu!"

Ricardo Costa

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