sábado, 30 de janeiro de 2010

A equação

Por vezes pergunto-me o que faria se pudesse começar de novo...
O que faria e em que me tornaria,
se a minha vida volta-se àquele momento em que se vê pela primeira vez...
esse sim... é o momento da verdade...
esse instante dita aquilo que iremos ser,
é o Big Bang que cria o nosso mundo.
É o momento do sim ou não...
onde o talvez fica de fora na equação do destino...
ela não tem resultado fixo.
Embora os dígitos sejam sempre os mesmos,
o soluto é volúvel e controverso...
assim como nós...pois somos um só...
essa famigerada equação é a nossa vida,
à qual tentamos acrescentar uns números de vez em quando...
a nossa ganância leva-nos a tentar que ela tenha o resultado perfeito,
infelizmente ainda somos discípulos do fado,
e não está ao nosso alcance impor-lhe restrições.
Sendo assim vagueamos a seu belo prazer,
esse é o nosso ofício...
mas ainda somos principiantes.
A ociosidade condiciona-nos o progresso e impede-nos de resolver-mos essa maldita equação...
o professor também não ajuda...
tudo o que nos ensina é como fazer malabarismo com as nossas vidas,
é ele o narcótico do nosso desenvolvimento.
Esse que tem o número da besta... mas multiplicado por dois,
pois até Lúcifer se verga à sua vontade.
Nós somos apenas as marionetas que ele usa no espectáculo que monta...
e usa-nos até aparecer algo mais atractivo...
somos seus reféns.
Perguntei-me o que faria se pudesse começar de novo...
agora eu sei...
dava tudo por tudo para resolver a maldita equação!

Ricardo Costa, O Caçador de Sonhos

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