Foi quando fechaste os olhos,
que já a tarde demorava
em que os lobos roubavam o Sol
como se de uivos se fizesse o tempo!
Mas fazes questão de parar
entristecendo o comboio que se atrasa,
molhando o seco do passeio
e ouvindo de bolsos vazios
o sangue adormecer-te as faces.
Enfim, a hora chega,
e cantas aos lençóis rasgados
que, na pressa das tuas corridas,
deixas-te à porta da nossa rua.
Pisas a relva sem forças,
e olhas sem dó, sem escutar.
Rebolas na neve que te ama
e deixas-me a divagar no escuro...
Onde, sozinho, brinco com a sombra do meu mundo!
Ricardo Costa
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