domingo, 10 de outubro de 2010

Sentado, me descanso...

Sentado, me descanso destas memórias
Que sem fingimento de ser,
Me recordam de tudo o que não sou: Eu...

Ah, relaxante sentimento de sabedoria errada,
Que me fere as costas
Nas falsas mentiras em que me deito levemente.
Cadeira de vergo que não me dá sorte,
Se a vida ma procurasse
Sem amor que à vista descobrisse!

Sou eu, assim sem nada ser!
Que me escondo do que não quero ficar...
Já a vida se levanta em mim,
Mas o cansaço me faz ficar sentado
Como se sozinho me silenciasse das vozes.

Sentado estou nu de tudo...
Já a tristeza me fala
Sendo eu que nada sou, sendo eu mesmo,
Me parto em papeis que assumo secundários
E vivo a vida
Que nas esteira se faz difícil...

Sentado, eu descanso...
Ah, merecido descanso!

Ricardo Costa

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