quarta-feira, 17 de setembro de 2025

O voo das pombas ao amanhecer

Amanhecer: Vida caoticamente calma
Entra a luz nas sedas do sono
Pernas abraçadas ao sal da alma
Suave brilho num severo trono. 
 
Janela que abre nas pinturas de céu
As cortinas e pombas a flutuar
Conquistam o ar - régio troféu
Movem-se sem necessidade de ensaiar.
 
O eco das assas é a voz do desgaste
Cordas vocais do fim do mundo
Prisão de carne: em contraste
Liberdade da mente: um segundo.
 
A calma aquém da tempestade
O negro do vento trauteia solitário
Pensamento em prol da saudade
Contemplando sem ser contrário.
 
Ao longe a pomba - voa livremente
Liberta do medo da sombra e ironia
Fecho os olhos e suavemente
Renovo em mim o ritmo do dia! 

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