terça-feira, 30 de março de 2010

O rapaz que sonhava voar!


Era uma vez,
Numa longínqua Terra de quem o tempo esqueceu o nome e onde o pôr-do-sol iluminava de forma cintilante os recantos escondidos das pradarias selvagens,
Um rapaz que fantasiava…
Fantasiava o dia todo, para ele aquele mundo era bem diferente e já lhe dizia sua mãe:
-“Pára de sonhar acordado João!”
Mas ele nem ligava… Adorava ficar lá no sítio dele, aquela pedra solta no cimo do monte, e vaguear com a sua mente para realidades diferentes.
Nunca soube porque o fez…
Interrogava-se constantemente porque razão seria o único que parecia sonhar para além daquilo que tinha,
Mesmo a sua irmã mais nova, na tenra idade dos oito anos, parecia não ser capaz de ver as cores numa parede branca!
“Burros” pensava ele…
“Não sabem o que perdem”…
O único que o compreendia era o seu avô, velho ressequido pelo tempo mas com uns olhos azuis tão vivos que diriam que era só natural se pudessem mudar o mundo...
Muitas vezes o ia visitar, o João!
Sentava-se perto dele enquanto este dobrava e retorcia o ferro para fazer mais uma chave…
Muitas vezes lhe perguntou:
-“Para que são todas essas chaves avô?”
Com um sorriso paciente dava-lhe sempre a mesma resposta:
-“São as chaves do coração Joãozinho… Não tarda, alguém precisará delas”
Nunca percebeu muito bem…
Também não lhe interessava muito… as suas visitas tinham sempre o mesmo propósito,
Esperava que o avô fizesse a sua pausa e depois, com os olhos a brilhar de entusiasmo dizia-lhe:
-“Avô, conte-me mais uma das suas aventuras”
O avô, contendo o riso, lá lhe fazia a vontade e o João ficava a olhar para ele…a admirá-lo…
Começava sempre com a mesma frase,
“Era uma vez…”
E é espantoso como, só através dessa pequena frase, o avô conseguia ser o que quisesse e fazer tudo sem sair do sítio…
Muitas histórias lhe contou o avô…
Gostou especialmente de uma entre todas as que ouviu,
e é nela que pensa quando está sozinho.
Era a história de um pequeno avião que se perdeu da sua família e teve de voar, sozinho, para os encontrar novamente…
O João adorou a história…
A forma como o avião enfrentou as dificuldades e, sempre forte, voou pelo céu livre até chegar a casa.
Mesmo sem o saber, adoptou essa história como um sonho seu, e enquanto pensava nela já não via o avião, mas sim ele mesmo a voar entre as nuvens.
Riu-se para si mesmo quando pensou:
-“É por isto que dizem que tenho sempre a cabeça nas nuvens”
Agora, sempre que podia, deitava uma espreitadela ao céu…
De tanto o fazer perguntou-lhe a mãe:
-“João, porque estás sempre a olhar para o céu meu filho?”
Envergonhado, o João respondeu com outra pergunta:
-“Minha mãe, será possível um homem voar?”
Sem perceber muito bem e atarefada demais para se preocupar a mãe disse-lhe:
-“Deixa de sonhar João! Anda-me ajudar que ainda tenho de preparar a janta e já estou atrasada”
E o João lá ia ajudar a mãe, mas ficava sempre aquele bichinho a remoer-lhe a cabeça, esperando que ele volta-se ao seu mundo…
Ao mundo dos sonhos.
Meses se passaram e o João continuava a sonhar o mesmo…
Em todas as visitas ao avô ele pedia-lhe para contar mais coisas sobre o céu, sobre as nuvens… sobre voar…
Mas dizia-lhe o avô:
-“Nenhuma história é tão boa quanto a própria… tem calma meu rapaz, chegará a tua vez”
E o João acreditava nele.
E foi quando mais precisava dele, dos seus conselhos…
Que o avô partiu…
Dizem que foi da pouca comida que ingeria, mas o João nem queria saber,
A dor era tanta que mesmo os sonhos se foram embora com medo…
Desta vez ele estava mesmo sozinho.
As palavras de conforto da mãe não tinham qualquer efeito e ele fugiu…
Fugiu e escondeu-se lá naquele sítio que toma como dele…
Lá ele chorou a partida do avô…
Lá ele amaldiçoou a sua sorte e disse que nunca mais iria sonhar na vida…
Ficou lá horas e horas a fio, sem coragem de levantar os olhos para o céu,
Acabou por adormecer…
“João!”…”João! Estás-me a ouvir rapaz?”…”João!”
“…Hummm…Avô?”
“Sim rapaz… Sou eu…”
“Avô?... Avô! Avô! Estás vivo, voltas-te!”
“Não meu rapaz, não voltei… mas não fiques triste João!”
“Não fico triste? Mas como posso não ficar? O que será de mim sem o avô?”
“Meu rapaz, tem calma…”
“Não! Não, por favor avô volta… Quero ouvir mais histórias tuas…”
“Não fiques assim João, eu estarei sempre contigo… E já te disse, as melhores histórias são as próprias…agora vai fazer as tuas, vai…Um dia destes quero que me contes tudo…”
“Mas avô…”
“Vai meu rapaz, vive a vida…Voa”
Meio estremunhado o João acordou já o Sol estava a desaparecer no fundo do planalto…
“O que foi isto” pensou para si próprio…
“Falei mesmo com o meu avô?”
Olhou para o céu já sem qualquer receio, as palavras que o avô lhe disse na sua conversa secreta transmitiam-lhe segurança e conforto…
Pensando no avô e em tudo o que passou com ele,
Disse alto para que este ouvisse bem no sítio onde se encontrava agora:
-“Sim avô, Sim… Vou viver a vida da melhor maneira possível e aproveitar cada momento”
Dito isto, desceu da sua pedra especial e dirigiu-se para casa…
Sabendo que, um dia, iria contar ao avô todas as suas aventuras enquanto voassem pelas nuvens daquele céu azul!

Ricardo Costa, O Contador de Contos

Mais que nunca

Hoje, mais que nunca, sei quem ele é…
E conheço a sua face obscura, aquela que ele esconde dos abutres!
Conheço-o tão bem que julgo que sou ele…
Mas ele não sou eu, mas sim uma versão melhorada que o tempo esqueceu.
A solidão transformou-o numa sombra,
E completamente sozinho vagueia pelas fotografias que lhe fazem recordar o passado.
Sei que ele é porque ele mo disse…
Ser nostálgico que toma a loucura como refúgio da dor que lhe prepara o leito de morte…
Ele deitar-se-ia nele de boa vontade.
É um ser neurótico que nunca ouviu o bater do coração e dança ao compasso da música do inferno,
O maestro reconhece-o como filho prodígio…
Eu reconheço-o por aquilo que ele é!
Vive de forma monocromática já que as cores perderam importância no seu mundo,
A cor da vida desvaneceu-se dele…
Não que ele se importe, aprecia os contos de fadas a preto e branco.
Julga-se senhor do nada,
Mas, no fundo, tem tanto ou mais que eu…
Uma dor que corrói continuamente!
Hoje descobri isso…Hoje sem que ele é…
Recebo-o como amigo por sermos tão parecidos mesmo sendo tão diferentes,
No meu dicionário somos iguais…
Dou-lhe o meu coração porque o dele foi roubado,
Ter pouco ou nenhum é igual e por esta altura só serve para aumentar o meu peso…
Remeto-lhe uma carta com destinatário incerto,
Enquanto espero vou ouvindo as últimas batidas do coração neste corpo já estranho para mim.
Hoje, mais que nunca, sei quem ele é!
E sei que não sou ele…
Porque já não sei quem sou…

Ricardo Costa, O Caçador de Sonhos

quinta-feira, 25 de março de 2010

A Casa


"Sou um criador, dá-me a mão e caminhe-mos juntos"...
Diz e volta a dizer o mestre que me ensina as equações do destino.
A sua sombra imita a minha,
e em conjunto percorremos aquela estrada que no fundo é sempre a mesma!
Procuramos a nossa casa...
Aquela feita da pedra que é retirada do nosso coração e onde o tempo perde significado.
Dizem que foi feita por um ilusionista...
Eu digo que foi feita das recordações perdidas que espelham a nostalgia de uma vida feliz...
Tento inverter a maré!
O que foi desfeito desfeito está, e só me restam as quatro paredes onde o eco da solidão se faz ouvir...
Mas a porta está fechada.
Reza a lenda que existiu uma chave...E ela viajou esse Mundo de milagres em busca de novas portas que pudesses abrir...
Contudo...
Sozinha e sem mestre...perdeu-se...
E a casa ficou fechada por eras e eras de um passado interminável.
Finalmente encontrei-a...
Fui para a casa que nunca deixou de existir lá na memória gravada de um desenho feito por uma criança...
A porta abre-se com um sorriso...
Entro...
Sem me preocupar com o resto digo, "Daqui não saio mais"...
Estou na minha casa, onde posso ser eu próprio!
"Com licença"....

Ricardo Costa, O Fazedor do Destino

terça-feira, 23 de março de 2010

Quem me dera!


Quem me dera...
Quem me dera saber o que não sei!
E não permanecer na ignorância da exactidão...
Quem me dera ser livre!
Mas a liberdade é sempre relativa no sentido da palavra...
Mesmo assim...
Quem me dera...
Quem me dera ser mais do que sou!
Mas primeiro tenho de me desvendar...
Isso não quero!
Que me dera outra coisa!
Sim...Quem me dera ser aceite...
E aceitar o meu fado ajudaria...
Mas não!
Quero outra coisa...
Quem me dera que amanhã não viesse!
Quem me dera que o ontem não tivesse passado!
Quem me dera que o presente fosse diferente!
Quem me dera...
...Morrer...
Assim nada mais queria ao menos!
Quem me dera não querer...
Permanecer inconsciente do caminho que a vida segue quando fecha os olhos...
Quem me dera ser ignorante!
E ignorar esta palhaçada, este teatro de pesadelos...
Mas querer não chega!
Que me dera que chega-se...
Sinceramente...
Já não importa o que quero...
Querer e não ter...
Fartei-me desse jogo!
Nada mais quero...A não ser uma coisa...
Isso quero!
Quem me dera te-la!
Mas uma vez mais...
Querer não chega...
Quem me dera que chegasse!!!!
Quem me dera...

Ricardo Costa, O Pintor do Desespero

sexta-feira, 19 de março de 2010

Parabéns Catarina xDDDD

Mais uma vez faço questão,
de desejar felicidade.
Ao nosso grande Catarinão
que tem mais um ano de idade. xDD

Já tens tantos que me perdi,
nunca soube quantos tens...
Mas já que estou aqui,
aproveito e dou-te os parabéns xDD

Parabéns por mais um ano,
este é o meu presente...
Não, não é engano...
é um poema e já ficas contente xD

Agora fora de brincadeiras,
Desejo-te uma vida cheia de alegria...
Faz a tua parte de asneiras,
mas aproveita cada dia xDDD

Parabéns xDDD

Ricardo Costa, A pessoa mais simpática que provavelmente conhecem xDD

terça-feira, 16 de março de 2010

Cura?? Não, Não há


Fechando os olhos a vejo,
feliz enquanto imagino...
Retendo dentro o desejo,
amaldiçoando o meu destino!

Tenho a sua fotografia,
imagem gravada na mente...
Não era o que eu queria,
mas é só o que tenho no presente.

Mais não posso pedir,
mais não me dará...
Mais é o que estou a sentir,
e muito mais será amanhã.

Espero ansiosamente,
só para ama-la mais um bocado...
Faço isso alegremente,
na decadência do meu estado...

Não tentem perceber,
sinto porque não posso evitar...
Acreditem que foi sem querer,
que acabei por me apaixonar.

Agora estou contaminado,
nada mais pode ser feito...
Vejo ela em todo lado,
mais vezes de que tenho direito.

Ricardo Costa, Hoje apanhei um tubarão com asas xD

domingo, 14 de março de 2010

Ode do desespero


Vivo sem viver...
Sofro por tentar...
Morro por sofrer...
O desespero é meu amigo e com ele passo os meus dias!
Somos dois! 1 + 1...
E cantamos sempre a mesma canção...
Fazemos tudo juntos... gémeos siameses em corpos separados... mas o meu amigo nem corpo tem...
Mas gosto dele na mesma!
Somos os conquistadores do nada em sítio nenhum...
Mas outrora fomos grandes!
Lembro-me de ter conquistado aquela coisa que não existe!
Felizes?? Sim somos... mas também somos tristes...
Vamos fazer um brinde a nós!
Hiip Hiip Hurra!!!!
Embebedámo-nos com a nossa solidão... Felizmente temo-nos um ao outro!
Frio! Aquece-me... Calor! Afasta-te...
Compreende-mo-nos tão bem que nem precisamos de falar...
Rimos sempre juntos ao menos!!!
Ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha....
De que nos estamos a rir??
Não faço ideia... o meu amigo deve saber...
Pergunta-lhe...!
Espera!
Ele não gosta que o perturbem...
A esta hora está na sua sesta...e quando acorda é um pouco resmungão...
Ainda por cima ontem tivemos uma grande festa!!!
Quero fazer outro brinde!
Kanpai!!!!
Eu e ele passamos a vida a fazer isto...
Porquê????
Ha ha ha... porque é divertido!
Queres te juntar a nós??
Não podes...
Não deixo...
Ele é só meu...não o partilho!!!

Ricardo Costa, O Engenheiro da destruição

Quase

Reflicto enquanto penso no que quero descobrir.
A sabedoria da vida é separada por uma fina linha que é difícil transpor...
A ela chama-se a diferença.
Para mim será sempre o meu quase!
Concebo mil ideias e idealizo projectos megalómanos, contudo, dói...
dói saber que nunca serão reais!
É sempre o quase!
Eu sempre fui quase tudo... quase que fui rei, quase que fui livre... quase que fui aceite...
Porem...
Nada sou neste momento.
Invejo a ignorância... sim... Ao menos ela não se preocupa para alem do quase.
Vivo a pensar em depois e esqueço-me de sentir o presente!
Mas também não sei se o quero sentir...
Este tempo é uma merda.
É sempre o mesmo, único, singular...
Monótono...
E traz consigo o quase arrasto!
Que estupidez...
Pago imposto por ser metade do que quero.
Quase que vivo!
Quase que não vivo!
Sou o meio do intermédio perdido na parte central da mediana que a vida faz com o destino...
E a porta não se abre para alem do quase!
Quase! Quase! Quase!
Quase me apetece morrer!
Quase me apetece estar vivo!
O meu Deus fala comigo, mas quase não o oiço.
Ele chama-me a atenção...
Estala os dedos e diz "Estás quase lá"...
hahaha muito irónico!
Eu estou farto de os estalar e não saio do sítio!
É sempre o quase! Quase! Quase!
Faço força para abrir a porta...
Ela não se mexe...
E eu vivo sempre antes do quase!!!

Ricardo Costa, O Feiticeiro de OZ

sábado, 13 de março de 2010

(Sem Título)


Sinto o que quero,
mas quero o que não tenho.
Enquanto isso espero,
esboço o seu desenho.

Utilizo todas as cores,
o desenho é perfeito...
E eu perdido de amores,
por aquilo a que não tenho direito.

Mas que posso eu fazer,
falta o poder para controlar.
Sinceramente quero lá saber,
estou vivo para a amar!

Através destas palavras,
digo sem mentir...
São frases carregadas,
pelo amor que estou a sentir...

Sei que ela não o quer,
passa sem olhar...
Mas, faça o que fizer...
Não a deixo de amar...!

Ricardo Costa, O Caçador de Sonhos

sexta-feira, 12 de março de 2010

Solidão

Vivo no vazio,
onde procuro a solidão.
Aceito aquele frio
quando me estende a sua mão.

Agarro muito bem,
aperto-a junto a mim...
Já que não tenho mais ninguém
ela servirá para esse fim.

Será minha amiga,
minha amante de perdição.
Mostrar-lhe-ei a minha ferida,
lhe darei meu coração.

Pode brincar com ele,
com cuidado para não cair...
não sei que será dele,
se de vez se partir.

Ricardo Costa, O Mercador de Pesadelos

domingo, 7 de março de 2010

The Fray - Look After You

If I don't say this now I will surely break
As I'm leaving the one I want to take
Forgive the urgency but hurry up and wait
My heart has started to separate

Oh, oh,
Be my baby
Ohhhhh
Oh, oh
Be my baby
I'll look after you

There now, steady love, so few come and don't go
Will you won't you, be the one I'll always know
When I'm losing my control, the city spins around
You're the only one who knows, you slow it down

Oh, oh
Be my baby
Ohhhhhh
Oh, oh
Be my Baby
I'll look after you
And I'll look after you

If ever there was a doubt
My love she leans into me
This most assuredly counts
She says most assuredly

Oh, oh
Be my baby
I'll look after you
After You
Oh, oh
Be my baby
Ohhhhh

It's always have and never hold
You've begun to feel like home
What's mine is yours to leave or take
What's mine is yours to make your own

Oh, oh
Be my baby
Ohhhhh
Oh, oh
Be my baby

quinta-feira, 4 de março de 2010

O meu coração

Alguém me roubou o coração,
levou-o não sei para onde...
Alguém com má intenção
quer brincar ao esconde-esconde.

Era tão lindo e bonito,
azul pálido e perfeito...
Agora não sei como fico,
sem ele junto ao peito...

Apetece-me chorar,
quero-o ter junto a mim.
Sinto vazio o seu lugar,
não sei porque me trata assim...

Sou um doce de pessoa,
divertido e isso tudo...
Mas o que ela fez magoa,
e fez-me ficar mudo...

Quero-o de volta,
meu coração desviado...
Vou-te arranjar uma escolta,
para nunca mais me seres roubado.

Por Favor devolve o que é meu,
não sejas má para mim...
Sabes que isso não é teu,
escusas de olhar assim...

Não finjas que não o tens,
dá-me lá o meu coração...
Qual é a tua de fazeres reféns,
tens-me na palma da tua mão...

Ajoelho-me à tua frente,
pedindo como um mendigo...
Podes estar toda contente,
mas eu estou perdido...

Deixa de ser mazinha,
dá-me lá o que é meu...
Não te armes em totozinha,
senão eu roubo o teu...

Ricardo Costa, Tentando encontrar uma libelinha xD

Abstracto

São gritos mudos que se ouvem há distância...
A vontade de ser algo superior e alcançar o abstracto da realidade da vida...
Através da geometria invertida descubro o puzzle que me completa e vejo o reflexo espelhado que a Lua transforma e deixa ficar para trás.
As águas turvas desvendam o mistério pendente...
Mas o que pende é mais que o simples querer!
Falo com o vento que corre entre as árvores, os seus sussurros são como presságios do que foi agendado...
A flagelação do meu ser é bem-vinda enquanto o Sol se põe e a vida corre pelo rio da morte.
Fecho os olhos!
Sinto-me a sentir mesmo sem saber o que isso é...
E sinto tanto que até dói!
Como estou sozinho nada faço para o evitar, envolvo a dor num abraço apertado e chamo-a de amor...
Realmente a amo... mas é relativo...
A obliquidade do sentimento enfraquece a visão periférica do que passa sem deixar rasto.
Permaneço quieto!
Deitado na margem molhada pelas lágrimas de sangue que o outro deixou cair só penso...
E o pensamento absorve-me.
Esboço o concreto no abstracto da fantasia e crio o guião que me vai levar para o pesadelo...
Contracenando comigo mesmo faço o papel secundário...
O tempo esgota-se!
Fecho a cortina do teatro dos sonhos e guardo o pesadelo no meu cofre seguro...
Aceno ao público de ninguém e apago a luz.
O caminho abstracto que percorro leva-me ao concreto da vida que é minha...
Agora tento vive-la...

Ricardo Costa, Apanhei um Fogo-Fátuo xD

Parabens Sr. Joana (atrasados)

Há grande Joana "Maria",
desejo os meus parabéns...
Sei que sou uma simpatia,
mas não faço ideia quantos anos tens. xD

Comprei-te um bolinho,
vou por 100 velas para apagares...
Nós esperamos um bocadinho,
avisa quando terminares. xD

Vai com calma, não tenhas pressa,
tens bastante tempo para isso...
Aqui o pessoal não stressa,
enquanto te vê a soprar nisso. xD

Vou terminar este poema,
com desejos de boa saúde...
Se não gostares não há problema...
Mas fiz o melhor que pude... xDDDD

Hehehehe
Parabéns xD
Tás a ver como eu fiz xDD... sou muito simpático eu xDDD

Ricardo Costa, O Caçador de Gambozinos xD

quarta-feira, 3 de março de 2010

Exotic Rain

Cai e permanece, chuva que limpa as minhas impurezas...
Estático debaixo dela sou um pedaço de gelo que se separou dos seus!
Agora não o sou mais...
Só conto com a chuva, a minha companhia de momento.
Ouço o seu murmúrio lacrimoso e tento conforta-la junto a mim, o meu calor assassino pratica um dos sete pecados...
As impurezas sentem-se de novo!
Julgo que nunca me abandonaram... tenho tantas que é difícil mexer-me no meio do seu transito.
A culpa é dos engenheiros da fábrica dos pesadelos que me tornaram num modelo do caos...
A dor é a única coisa que me move!
Mas não comove...
Sou um Deus satânico nascido para trazer o mal...
Com ele vem a chuva exótica que me molha...
Corrói, desfaz, tritura... essa chuva que venero derrama-se no chão tingido de vermelho.
É sobre ele que ando e permaneço o mesmo,
Fazendo círculos intermináveis e voltando ao ponto em que a chuva me tirou tudo...
Mas eu nada tinha... Sou um mendigo do novo mundo e como esmola peço um pouco de Sol na minha vida.
Porem, ninguém olha duas vezes!
Seguem o seu caminho enquanto a chuva afoga o meu corpo...
Deixo-me levar pela corrente.
Perdido e sozinho, achei-me na esquina amarga da rua sem nome,
mas não era eu...
Era aquele que eu queria ser!
Tento fazer conversa mas a chuva enfraquece os meus sentidos, nada ouço...
Uma mão amiga estende-se...
"Toma um Guarda-Chuva"
Caminho de mão dada com a minha nova vida...
A chuva exótica fica para trás!

Ricardo Costa, Eu mesmo xD