terça-feira, 23 de março de 2010

Quem me dera!


Quem me dera...
Quem me dera saber o que não sei!
E não permanecer na ignorância da exactidão...
Quem me dera ser livre!
Mas a liberdade é sempre relativa no sentido da palavra...
Mesmo assim...
Quem me dera...
Quem me dera ser mais do que sou!
Mas primeiro tenho de me desvendar...
Isso não quero!
Que me dera outra coisa!
Sim...Quem me dera ser aceite...
E aceitar o meu fado ajudaria...
Mas não!
Quero outra coisa...
Quem me dera que amanhã não viesse!
Quem me dera que o ontem não tivesse passado!
Quem me dera que o presente fosse diferente!
Quem me dera...
...Morrer...
Assim nada mais queria ao menos!
Quem me dera não querer...
Permanecer inconsciente do caminho que a vida segue quando fecha os olhos...
Quem me dera ser ignorante!
E ignorar esta palhaçada, este teatro de pesadelos...
Mas querer não chega!
Que me dera que chega-se...
Sinceramente...
Já não importa o que quero...
Querer e não ter...
Fartei-me desse jogo!
Nada mais quero...A não ser uma coisa...
Isso quero!
Quem me dera te-la!
Mas uma vez mais...
Querer não chega...
Quem me dera que chegasse!!!!
Quem me dera...

Ricardo Costa, O Pintor do Desespero

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