sexta-feira, 12 de março de 2010

Solidão

Vivo no vazio,
onde procuro a solidão.
Aceito aquele frio
quando me estende a sua mão.

Agarro muito bem,
aperto-a junto a mim...
Já que não tenho mais ninguém
ela servirá para esse fim.

Será minha amiga,
minha amante de perdição.
Mostrar-lhe-ei a minha ferida,
lhe darei meu coração.

Pode brincar com ele,
com cuidado para não cair...
não sei que será dele,
se de vez se partir.

Ricardo Costa, O Mercador de Pesadelos

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