domingo, 14 de março de 2010

Quase

Reflicto enquanto penso no que quero descobrir.
A sabedoria da vida é separada por uma fina linha que é difícil transpor...
A ela chama-se a diferença.
Para mim será sempre o meu quase!
Concebo mil ideias e idealizo projectos megalómanos, contudo, dói...
dói saber que nunca serão reais!
É sempre o quase!
Eu sempre fui quase tudo... quase que fui rei, quase que fui livre... quase que fui aceite...
Porem...
Nada sou neste momento.
Invejo a ignorância... sim... Ao menos ela não se preocupa para alem do quase.
Vivo a pensar em depois e esqueço-me de sentir o presente!
Mas também não sei se o quero sentir...
Este tempo é uma merda.
É sempre o mesmo, único, singular...
Monótono...
E traz consigo o quase arrasto!
Que estupidez...
Pago imposto por ser metade do que quero.
Quase que vivo!
Quase que não vivo!
Sou o meio do intermédio perdido na parte central da mediana que a vida faz com o destino...
E a porta não se abre para alem do quase!
Quase! Quase! Quase!
Quase me apetece morrer!
Quase me apetece estar vivo!
O meu Deus fala comigo, mas quase não o oiço.
Ele chama-me a atenção...
Estala os dedos e diz "Estás quase lá"...
hahaha muito irónico!
Eu estou farto de os estalar e não saio do sítio!
É sempre o quase! Quase! Quase!
Faço força para abrir a porta...
Ela não se mexe...
E eu vivo sempre antes do quase!!!

Ricardo Costa, O Feiticeiro de OZ

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