
Palavras,
sons soltos que escrevem a alma
e esboçam o desenho
que a dor pinta de cor diferente...
São ritmos vazios, cheios de um
nada que oprime e provoca a tempestade
que derrama o sangue
sobre a cabeça que se levanta!
Já perderam significado material!
Vestígios do que foram outrora, já
fazem de si próprios
o purgatório que semeia a desgraça!
São palavras cheias...
de nada!
Digo as palavras sem dizer,
os blocos de gelo ficam a chuva que
molha e transmuta...
As ondas da maré levam-me a apreciar
o fim para lá do que foi dito...
Ponho um pé à frente do outro, e
dou passos incertos...
Não saio do sítio e tipo folha caída
desço a colina de amargo sentimento!
Caio!
Levanto-me!
Falo!
Palavras que nada dizem,
mas que dizem o que não quero dizer...
São palavras...
Ódio,
Amor...
Desgraça,
Sorte...
Solidão...
Desespero...
Raiva!!!
Palavras secas, perdem-se
na floresta cerrada que a mente
teima em construir...
Labirinto de sentidos, onde a falsidade se esconde!
Malditas...
Sou mudo e cego, mas
falo e vejo como ninguém...
Ajuda-me!
Ninguém ouve...
Afinal, "Socorro" é apenas mais uma palavra...
Entre tantas...
Ricardo Costa
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