quinta-feira, 6 de maio de 2010

Palavras (de uma vida oprimida)


Palavras,
sons soltos que escrevem a alma
e esboçam o desenho
que a dor pinta de cor diferente...

São ritmos vazios, cheios de um
nada que oprime e provoca a tempestade
que derrama o sangue
sobre a cabeça que se levanta!

Já perderam significado material!
Vestígios do que foram outrora, já
fazem de si próprios
o purgatório que semeia a desgraça!

São palavras cheias...
de nada!

Digo as palavras sem dizer,
os blocos de gelo ficam a chuva que
molha e transmuta...
As ondas da maré levam-me a apreciar
o fim para lá do que foi dito...

Ponho um pé à frente do outro, e
dou passos incertos...
Não saio do sítio e tipo folha caída
desço a colina de amargo sentimento!
Caio!
Levanto-me!
Falo!

Palavras que nada dizem,
mas que dizem o que não quero dizer...
São palavras...

Ódio,
Amor...
Desgraça,
Sorte...
Solidão...
Desespero...
Raiva!!!

Palavras secas, perdem-se
na floresta cerrada que a mente
teima em construir...
Labirinto de sentidos, onde a falsidade se esconde!

Malditas...

Sou mudo e cego, mas
falo e vejo como ninguém...

Ajuda-me!

Ninguém ouve...
Afinal, "Socorro" é apenas mais uma palavra...

Entre tantas...

Ricardo Costa

Sem comentários:

Enviar um comentário