segunda-feira, 24 de maio de 2010

Poeta de gente

Poeta de gente,
finge o sofrer,
esconde o que sente,
metade do viver!

O que é, ele finge,
ser sem o ser,
O que a alma restringe
só lhe resta morrer!

É poeta sem jeito,
é pessoa sem nada,
é de coração desfeito,
e de sina amaldiçoada!

Poeta do tempo,
poeta da farsa,
poeta do desalento,
por ventura da desgraça!

Vive para morrer,
morre para se realizar,
mas morre para viver,
pelo menos noutro lugar!

Fica assim perdido,
poeta de gente,
no seu mundo remetido,
na sua morte, sorridente!

Ricardo Costa

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