terça-feira, 25 de maio de 2010

Nas areias da tua praia...

Nas areias da tua praia
No mar,
o vento que cobre
e espalha no veludo do céu
a imagem,
apenas uma sombra pálida da
réstia do ser,
que imerge nas ondas
que te banham de espuma
os pés.

Bate assim, suave e forte,
papagaio solto,
vagabundo nesse vento de quatro sóis!

Ondas de cristais,
barco à vela no arco-íris do
teu sorriso aberto,
e morre!
Por-do-sol que fecha o ciclo
de vida e
anuncia uma nova,
serena e calma, areia
preta da noite vadia...

Arde frio, fogo meu!
Areia declama prazenteira,
em si o é no
pranto orgulhoso de uma
nova era.
Fulgor do recital dos pássaros
que se escondem
para lá do horizonte!
Olhar cego,
fala para se ouvir
no infiel lapidar da pedra
vermelha que cai
nessas areias de trapos!

Estrépito da flora
atrofiada,
goza do augúrio complacente
a ironia do castanho,
o sarcasmo do azul,
e o amarelo indizível.
Praia de areias,
momento de areias,
vida de areias,
no areal das areias brancas!

Sai! Ó Demo mortal!
Deixa a patranha do não ser
e confina a emancipação
da praia que falo!
Deixa a lamúria dessas areias
ecoar no vácuo,
na solidão...
E ficarem assim...
Mudas!
Essas areias da tua praia...
Permanecem pelo tempo,
fazem o tempo!

O tempo faz-te,
e deixa que as vejas...
toca-lhes,
sê feliz!
Vive essas areias,
acarinha a tua praia e
conhece-te!

Praia tua!
Areia tua!
Vida tua!

Ricardo Costa

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