O mar nunca cai em solidão
assim como
os teus olhos nunca falam sozinhos.
É como o gesto de te entregar uma flor,
simples e belo...
As perdições desses teus reflexos faciais!
Os desvios mortais dos teus cabelos loiros
em espreguiçadelas das tuas mãos
cobrindo o arco-íris e os pássaros
em voos rasos...
Doces ternuras, os teus lábios de mel.
Resvala sem sentido em ódios mortais
o teu corpo de deusa!
A estranheza da burguesia dos teus actos,
só a tua solidão
morre antes de as ondas se tocarem!
Contorces as feições de raiva e, mesmo assim,
ofuscas o Sol...
Cobre-te o nevoeiro de final de dia,
como de um azul cerrado se refugia o teu sorriso.
A cumplicidade do tempo chama-se
e os jardins dão o toque de recolher.
A princesa mergulha nas sombras
e deixa o rasto de fumo que a sua passagem
transforma em ouro.
Ricardo Costa
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