A vida gira e tudo volta
nada é igual
a conformidade da escrita desaparece
o resto escreve-se
como se escreve a vida
e a vida gira como gira a caneta na tua mão
Ricardo Costa
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Que cor têm os teus...
Que cor têm os teus ternos lábios
de tanta indecência junta
de um querer canibal, esse perfume
que morria num suave toque
que já as noites nascem sem estrelas
um dia que vejas
um coração reflectido na Lua!
A que horas fechas esse sorriso lascivo
de uma carne rosa
que peca sem ver!
Um dia que se forem
TU
não beijaste ninguém
e não mais te conheces...
Ricardo Costa
de tanta indecência junta
de um querer canibal, esse perfume
que morria num suave toque
que já as noites nascem sem estrelas
um dia que vejas
um coração reflectido na Lua!
A que horas fechas esse sorriso lascivo
de uma carne rosa
que peca sem ver!
Um dia que se forem
TU
não beijaste ninguém
e não mais te conheces...
Ricardo Costa
terça-feira, 23 de novembro de 2010
"Ouvi da minha desdita"
"Ouvi da minha desdita"
Que me atacou de surpresa
Pois silenciosa se fica
Ao fazer de nós sua presa
Ataca assim de repente
Sem sequer se importar
Que nosso coração aguente
Sem pensar em parar
Dizem que não faz por mal
Que é sua natureza
Mais forte que um vendaval
Essa amiga da tristeza
Palavra muito reservada
Mas que mostra grande efeito
Desdita que nos amarra
Um canhão ao "Eu" perfeito
Por isso então teme-mos
Sua temível forma má
Que nos tira o que temos
O que não temos e mais sei lá
Sempre pensei para mim
Nós somos os tais culpados
Com a verdade e mesmo assim
Continuamos sempre errados
É como a nossa paga
Pelos erros cometidos
A história que morta acaba
Num dos esgotos esquecidos
Para a próxima será diferente
Dizem muitas almas isto
No seu acreditar falsamente
Mas o fim já está previsto
Seja qual for o caminho
Vai haver o tal desfecho
Uma vida sozinho
Ou a morte que prevejo
Ricardo Costa
Que me atacou de surpresa
Pois silenciosa se fica
Ao fazer de nós sua presa
Ataca assim de repente
Sem sequer se importar
Que nosso coração aguente
Sem pensar em parar
Dizem que não faz por mal
Que é sua natureza
Mais forte que um vendaval
Essa amiga da tristeza
Palavra muito reservada
Mas que mostra grande efeito
Desdita que nos amarra
Um canhão ao "Eu" perfeito
Por isso então teme-mos
Sua temível forma má
Que nos tira o que temos
O que não temos e mais sei lá
Sempre pensei para mim
Nós somos os tais culpados
Com a verdade e mesmo assim
Continuamos sempre errados
É como a nossa paga
Pelos erros cometidos
A história que morta acaba
Num dos esgotos esquecidos
Para a próxima será diferente
Dizem muitas almas isto
No seu acreditar falsamente
Mas o fim já está previsto
Seja qual for o caminho
Vai haver o tal desfecho
Uma vida sozinho
Ou a morte que prevejo
Ricardo Costa
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
A vida ao acabar
Aqui no desassossego sou
Longe do mundo que me acaba
Uma figura que não se completou
Mas que de ser não era nada.
Para além do que existia,
Um sombrio frio que me não tem.
A melancólica agonia
de querer ser sem ser ninguém.
Tinha os gestos de uma vida
O coração, sabe Deus, perdido.
Nos fumos de verdade mentida
Na morte do respirar esquecido...
Durmo assim, morto e sorridente,
Julgando acabar se como uma vida
se de vida me fiz inexistente
antes de a morte me ser oferecida.
Ricardo Costa
Longe do mundo que me acaba
Uma figura que não se completou
Mas que de ser não era nada.
Para além do que existia,
Um sombrio frio que me não tem.
A melancólica agonia
de querer ser sem ser ninguém.
Tinha os gestos de uma vida
O coração, sabe Deus, perdido.
Nos fumos de verdade mentida
Na morte do respirar esquecido...
Durmo assim, morto e sorridente,
Julgando acabar se como uma vida
se de vida me fiz inexistente
antes de a morte me ser oferecida.
Ricardo Costa
domingo, 14 de novembro de 2010
A casa à beira-mar
Silenciar-me
no mais profundo gesto do quebrar duma onda
respirar lentamente os perfumes do corpo em sal
durante um leve sono de íntimo orgulho
retendo entraves de uma porta não aberta ao luar
dois corpos desnudos de saudades em mar acesso de chamas
o calor do sol na sua dita hora de poisar
um riso ao de leve que bate os dentes imitando as harpas
dos anjos que navegam as nuvens que os olhos cegam,
bocas de uma ave que se abeira da terra
engolindo os remorsos dos amores que não partiram
o silêncio do dia na casa à beira-mar,
aquele jardim amarelo e fino que as areias trazem
os raios de luz que de um dourado fazem nos cabelos
a espessa almofada onde dorme o vento...
Ricardo Costa
no mais profundo gesto do quebrar duma onda
respirar lentamente os perfumes do corpo em sal
durante um leve sono de íntimo orgulho
retendo entraves de uma porta não aberta ao luar
dois corpos desnudos de saudades em mar acesso de chamas
o calor do sol na sua dita hora de poisar
um riso ao de leve que bate os dentes imitando as harpas
dos anjos que navegam as nuvens que os olhos cegam,
bocas de uma ave que se abeira da terra
engolindo os remorsos dos amores que não partiram
o silêncio do dia na casa à beira-mar,
aquele jardim amarelo e fino que as areias trazem
os raios de luz que de um dourado fazem nos cabelos
a espessa almofada onde dorme o vento...
Ricardo Costa
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Orgias
De desatenta orgia são os dias.
Cai qual sábio o tempo, em rente salto
Sendo desfeita a terra que sombria calca,
Vai-se a hora, em mão de raio
as trevas, já tantos mares perderam o jeito.
Qual ódio cresce em papel morto,
o Homem em si, cáustico, saciado de carnes
em fogo que longo se come em torno!
Morre, e o chão seco, de intuito amor
sem tiro no escuro, apaga o resto do dia;
Tantos os seios de Inverno no calor do teu corpo.
Falso céu se de Anjos o Inferno se enche,
dos Homens mortais, agonia, temível
presença de um deus que nem fala, nem ouve.
Rasgados os pedaços de vida, em dores tecidas
de corres garridas, o desabar da sabedoria
quando o comer já assassina mais um relance
de paixão inusitada.
Em supremo amor ama-se igual!
De dia e de noite, de pé e deitado,
sabe assim o gemido lento dos pós mágicos,
dos prazeres que em forma de espada e túnel
se fazem sentir, vibrações, cansaço e rendição.
Assusta a parceria do mal, o nada maduro
da solidão, se já não mais se ouve os suspiros;
lentos suspiros, de uma brisa sobre os campos
de trigo dourados.
Seja assim, a peçonhenta alegria de quem não tem,
o riso histérico de não ser feliz, uma lágrima
de não ter um amor para matar, nem morrer.
Quem tem força que baste, tem força para derrubar
o muro que atravessa as ideias,
mas mesmo assim não consegue voar!
De quem esquece a noite em nós para reclamar o dia
coroado se faz o rei, e bebe se tem sede.
Por um sangue em fogo de uma cara desfigurada
um laço de ira brota dos dentes, e cai,
do ar um leve grão de amor plantado inocentemente!
É esta a era do não ser, o tempo que se esquece
nas taças de vinho e nas lareiras, na cinza,
nos fogos dos corpos semi-nus e nos prazeres dependentes
dos desejos carnais.
Ninguém se faz culpado, ninguém se faz de si mesmo,
quem separa de si a vontade da mentira, em nada
se faz essa glória de poder ser melhor, só a dor,
o semblante pesado dos ombros caídos sobre a cabeça,
as mãos sem nada que segurar,
os braços sem nada que abraçar, os lábios sem nada
que tocar além do álcool!
Bebei, e eles bebem, esquecem e recordam com uma gota
de água da chuva que congela e evapora,
Sem compaixão e sem temor ninguém sabe quando parar!
Terríveis essas orgias de sentimentos, orgias de dias
as misturas de amor e ódio e vingança e desejo...
No fim, nunca se sabe em que local parou a corrente,
e o Inverno do amor nunca mais vai.
Fica-mos frios, qual gelo o bater do nosso coração!
Ricardo Costa
Cai qual sábio o tempo, em rente salto
Sendo desfeita a terra que sombria calca,
Vai-se a hora, em mão de raio
as trevas, já tantos mares perderam o jeito.
Qual ódio cresce em papel morto,
o Homem em si, cáustico, saciado de carnes
em fogo que longo se come em torno!
Morre, e o chão seco, de intuito amor
sem tiro no escuro, apaga o resto do dia;
Tantos os seios de Inverno no calor do teu corpo.
Falso céu se de Anjos o Inferno se enche,
dos Homens mortais, agonia, temível
presença de um deus que nem fala, nem ouve.
Rasgados os pedaços de vida, em dores tecidas
de corres garridas, o desabar da sabedoria
quando o comer já assassina mais um relance
de paixão inusitada.
Em supremo amor ama-se igual!
De dia e de noite, de pé e deitado,
sabe assim o gemido lento dos pós mágicos,
dos prazeres que em forma de espada e túnel
se fazem sentir, vibrações, cansaço e rendição.
Assusta a parceria do mal, o nada maduro
da solidão, se já não mais se ouve os suspiros;
lentos suspiros, de uma brisa sobre os campos
de trigo dourados.
Seja assim, a peçonhenta alegria de quem não tem,
o riso histérico de não ser feliz, uma lágrima
de não ter um amor para matar, nem morrer.
Quem tem força que baste, tem força para derrubar
o muro que atravessa as ideias,
mas mesmo assim não consegue voar!
De quem esquece a noite em nós para reclamar o dia
coroado se faz o rei, e bebe se tem sede.
Por um sangue em fogo de uma cara desfigurada
um laço de ira brota dos dentes, e cai,
do ar um leve grão de amor plantado inocentemente!
É esta a era do não ser, o tempo que se esquece
nas taças de vinho e nas lareiras, na cinza,
nos fogos dos corpos semi-nus e nos prazeres dependentes
dos desejos carnais.
Ninguém se faz culpado, ninguém se faz de si mesmo,
quem separa de si a vontade da mentira, em nada
se faz essa glória de poder ser melhor, só a dor,
o semblante pesado dos ombros caídos sobre a cabeça,
as mãos sem nada que segurar,
os braços sem nada que abraçar, os lábios sem nada
que tocar além do álcool!
Bebei, e eles bebem, esquecem e recordam com uma gota
de água da chuva que congela e evapora,
Sem compaixão e sem temor ninguém sabe quando parar!
Terríveis essas orgias de sentimentos, orgias de dias
as misturas de amor e ódio e vingança e desejo...
No fim, nunca se sabe em que local parou a corrente,
e o Inverno do amor nunca mais vai.
Fica-mos frios, qual gelo o bater do nosso coração!
Ricardo Costa
pequenas GRANDEZAS
Tantas são as pequenas grandezas
num olhar esperado em pé
se num sentado dia se conversa distraidamente
Sob as asas de um jardim azul,
a maresia de um sorriso chorado de graça.
Prazer solitário, livre e preso
em pequenos gestos de vazio grande que se repete,
um caminhar enganado
se num sentimento fingido uma palavra amiga se acha...
Tudo até ao respirar do osso, peso no ombro,
quando pela frente afunda o punhal estranho...
Uma clara sombra, ao amanhecer da noite,
já as trocas atingem um qualquer dia,
uma qualquer terra,
uma qualquer vida...
É estranho o quão grandes são os nosso pequenos momento...
Ricardo Costa
num olhar esperado em pé
se num sentado dia se conversa distraidamente
Sob as asas de um jardim azul,
a maresia de um sorriso chorado de graça.
Prazer solitário, livre e preso
em pequenos gestos de vazio grande que se repete,
um caminhar enganado
se num sentimento fingido uma palavra amiga se acha...
Tudo até ao respirar do osso, peso no ombro,
quando pela frente afunda o punhal estranho...
Uma clara sombra, ao amanhecer da noite,
já as trocas atingem um qualquer dia,
uma qualquer terra,
uma qualquer vida...
É estranho o quão grandes são os nosso pequenos momento...
Ricardo Costa
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
/13.
Fútil suspiro de fingidas palavras
que caem no teu silêncio.
Tudo resulta no mesmo erro
quando te recusas a entender os meus toques...
...Mais terrível que os meus desejos
é a insignificância que agora me dás.
Fica com as minhas saudades....
Ricardo Costa
que caem no teu silêncio.
Tudo resulta no mesmo erro
quando te recusas a entender os meus toques...
...Mais terrível que os meus desejos
é a insignificância que agora me dás.
Fica com as minhas saudades....
Ricardo Costa
Esse espaço
Nesse espaço reside o crescer.
na canção das palavras
melodia suave em rodas de ar
espaço simples
harmonia
já não o uivo do vento
mas sim o sopro da vida.
O sabor do tempo...
Ricardo Costa
na canção das palavras
melodia suave em rodas de ar
espaço simples
harmonia
já não o uivo do vento
mas sim o sopro da vida.
O sabor do tempo...
Ricardo Costa
/12.
Empresta-me uma lembrança de espelho
a névoa de uma pupila fechada
que não cabe em si de anestesiada felicidade!
Ricardo Costa
a névoa de uma pupila fechada
que não cabe em si de anestesiada felicidade!
Ricardo Costa
/11.
Era um lugar sentado com fim
o nada de não existir
morre de sombra a secura da manhã
quando te cuspirem do chão em subida
os vazios olhares
essa quietude errada sem imagem
em contraluz sem recta curva
perfil transparente de um sorriso falso
barulho de um não desconfiado
espesso regresso para uma monotonia...
Ricardo Costa
o nada de não existir
morre de sombra a secura da manhã
quando te cuspirem do chão em subida
os vazios olhares
essa quietude errada sem imagem
em contraluz sem recta curva
perfil transparente de um sorriso falso
barulho de um não desconfiado
espesso regresso para uma monotonia...
Ricardo Costa
domingo, 7 de novembro de 2010
/10.
Era um pintor de sonhos
em cores de tela
harmónicas sintonias de nada
gente sem instantes
pelo olhar carregado de fumo
do corpo meio bebido
o antigo da morte dada
zero que come o fogo
queixa das dores quebradas
o acesso da palavra
como sem nome de cão bastasse
estar só e acompanhado.
Ricardo Costa
em cores de tela
harmónicas sintonias de nada
gente sem instantes
pelo olhar carregado de fumo
do corpo meio bebido
o antigo da morte dada
zero que come o fogo
queixa das dores quebradas
o acesso da palavra
como sem nome de cão bastasse
estar só e acompanhado.
Ricardo Costa
sábado, 6 de novembro de 2010
Esquece o que não há para recordar!
O chão é um pássaro sem assas
criado por um suspiro de brisa.
Uma doença que ainda nos esquece
de uma cabeça pendura ao pescoço
solto. Em mares não sabidos
queimam as mãos os corações
que há boca levam uma treva
que come lentamente a poeira.
A resposta, disse, não entregada.
Aceitada em vão em caminho
dos pés que se torcem, e caem
as cobras que te enfeitam as orelhas.
Eu digo, calo-me, falo e grito,
ao falar de boca fechada ao mundo.
A raiz da lágrima brota em solidão
pois já o Sol não me ilumina o dia!
Esquece o que não há para recordar!
Ela, nada, tu, menos
Esse querer é uma árvore morta
quando um dia te esqueças de mim...
Ricardo Costa
criado por um suspiro de brisa.
Uma doença que ainda nos esquece
de uma cabeça pendura ao pescoço
solto. Em mares não sabidos
queimam as mãos os corações
que há boca levam uma treva
que come lentamente a poeira.
A resposta, disse, não entregada.
Aceitada em vão em caminho
dos pés que se torcem, e caem
as cobras que te enfeitam as orelhas.
Eu digo, calo-me, falo e grito,
ao falar de boca fechada ao mundo.
A raiz da lágrima brota em solidão
pois já o Sol não me ilumina o dia!
Esquece o que não há para recordar!
Ela, nada, tu, menos
Esse querer é uma árvore morta
quando um dia te esqueças de mim...
Ricardo Costa
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
/9.
Vejo: Teus olhos como diamante;
Oiço: Teu sorriso com guitarra;
Sinto: Teu corpo expectante
dançando a dança de pessoa amada!
Ricardo Costa
Oiço: Teu sorriso com guitarra;
Sinto: Teu corpo expectante
dançando a dança de pessoa amada!
Ricardo Costa
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Um roubo
Roubo a quem nada tem
Tudo o que não posso ter
Sou eu, que sou ninguém
Sem nada que possa ser.
Ladrão de vidas, eu criei
em mim uma livre maldade.
Tanto que receio que serei
um privado de liberdade.
Fui, sim! Tudo o que não sou,
ninguém em estado condensado.
Ser vazio que roubou
e pereceu, certamente errado!
Ricardo Costa
Tudo o que não posso ter
Sou eu, que sou ninguém
Sem nada que possa ser.
Ladrão de vidas, eu criei
em mim uma livre maldade.
Tanto que receio que serei
um privado de liberdade.
Fui, sim! Tudo o que não sou,
ninguém em estado condensado.
Ser vazio que roubou
e pereceu, certamente errado!
Ricardo Costa
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Onde vives...Onde morres
Não, não queiras caminhar pelos meus passos
pelos erros que matam
morremos
vivendo lentos e vacilantes sem correrias
e sós
só nós
e uma velha dor presa com alfinete enferrujado
ao peito desfeito!
Já foste nada!
Já foste tudo!
Agora és o que poderias ter sido...
Tu és o não da resposta errada e o talvez da incerteza,
és um acaso certo
o desenho inacabado que o tempo interrompeu.
És a estrada que liga a nenhum lado, e vai directa ao meu coração!
Onde vives, uma ponte de corda fraca...
Onde morres, uma tesoura de lâmina afiada...
Renasces.
Desapareces e reapareces numa espessa ilusão romântica,
uma curva em caminho
uma contra-curva em nó cego...
Uma lágrima caída
Um barulho estridente
Um adeus sussurrado
Um amor tão longínquo como a eternidade!
Ricardo Costa
pelos erros que matam
morremos
vivendo lentos e vacilantes sem correrias
e sós
só nós
e uma velha dor presa com alfinete enferrujado
ao peito desfeito!
Já foste nada!
Já foste tudo!
Agora és o que poderias ter sido...
Tu és o não da resposta errada e o talvez da incerteza,
és um acaso certo
o desenho inacabado que o tempo interrompeu.
És a estrada que liga a nenhum lado, e vai directa ao meu coração!
Onde vives, uma ponte de corda fraca...
Onde morres, uma tesoura de lâmina afiada...
Renasces.
Desapareces e reapareces numa espessa ilusão romântica,
uma curva em caminho
uma contra-curva em nó cego...
Uma lágrima caída
Um barulho estridente
Um adeus sussurrado
Um amor tão longínquo como a eternidade!
Ricardo Costa
Se fosse o tempo uma só palavra
Já me cansou o respirar
mas do meu ar só resta o vazio
se fosse o tempo uma só palavra
eu morreria dizendo o teu nome!
Ricardo Costa
mas do meu ar só resta o vazio
se fosse o tempo uma só palavra
eu morreria dizendo o teu nome!
Ricardo Costa
Ter
O ter é uma solidão que se preenche
sob as pontas preguiçosas de uma vida,
de sorrisos, ouro,
e choro.
É o descanso de uma anedota mal contada,
um beijo meio dado.
É o se deitar sobre os lençóis e abraçar suavemente o que está ao alcance do coração!
Ter é a pedra do caminho em que magoas o pé,
é a água turva dum rio,
é a gula de posse que te engana o sentir.
Uma poesia íntima, um amor secreto de uma amante desconfiada.
Uma noite escura,
um desespero...
Ter é um corpo seco de sangue que te atormenta as noites de terrores!
Já se calcou a ilusão de tudo ter, mas nada possuir...
...O silêncio...
O placebo da felicidade, um olhar docemente falso
e um fogo de vida que não arde.
Os nós das mãos com os pés que não desatam e a garganta seca
do não ter,
o desgaste, desgaste, desgaste...
Se não se tem a vida que mais se poderá ter nos bolsos?
Nada...
Quem dará migalhas a quem pede um pão?
Quem dará um dia a quem pede uma vida?
Se nada se pode ter mais do que o que nos é dado.
Que nos resta senão admirar quem tenha, fechar a mão sobre as areias soltas dos mortos e desejar...
ter...
...o desejo ainda o tenho, enquanto o sono durar...sou feliz...
Ricardo Costa
sob as pontas preguiçosas de uma vida,
de sorrisos, ouro,
e choro.
É o descanso de uma anedota mal contada,
um beijo meio dado.
É o se deitar sobre os lençóis e abraçar suavemente o que está ao alcance do coração!
Ter é a pedra do caminho em que magoas o pé,
é a água turva dum rio,
é a gula de posse que te engana o sentir.
Uma poesia íntima, um amor secreto de uma amante desconfiada.
Uma noite escura,
um desespero...
Ter é um corpo seco de sangue que te atormenta as noites de terrores!
Já se calcou a ilusão de tudo ter, mas nada possuir...
...O silêncio...
O placebo da felicidade, um olhar docemente falso
e um fogo de vida que não arde.
Os nós das mãos com os pés que não desatam e a garganta seca
do não ter,
o desgaste, desgaste, desgaste...
Se não se tem a vida que mais se poderá ter nos bolsos?
Nada...
Quem dará migalhas a quem pede um pão?
Quem dará um dia a quem pede uma vida?
Se nada se pode ter mais do que o que nos é dado.
Que nos resta senão admirar quem tenha, fechar a mão sobre as areias soltas dos mortos e desejar...
ter...
...o desejo ainda o tenho, enquanto o sono durar...sou feliz...
Ricardo Costa
Subscrever:
Comentários (Atom)