...e a morte vem,
serena de si,
no encosto das manhãs pálidas
no cair das nuvens
em folhagem rasteira vagabunda pelo chão
falta uma ausência
e uma vontade de comer as palavras
um desaire parado
de uma luz,
cigarros acessos no calor
uma mão que se estende
e o bafo quente de um sorvo de ar!
Um roubo a Deus,
como prece de viver,
só uma dúvida e uma conta
O telefone desligado pendura o fio
solitário
Só não chega a solidão,
paralisia infernal de movimentos
de um bosque tingido de vermelho e amarelo
laranja!
...e a morte vai,
cinzenta de tédio e sonolência,
matando a morte
com risadas histéricas
saindo do museu com entrada livre!
Atrofios
de uma vida com falta de Ser...
Ricardo Costa
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