Não sei quem te esqueceu
se eu
se alguém ou outro,
não julgo saber quem te perdeu
nas chuvas
que ficam a música lavada
que ouves
pelas janelas perdidas
num qualquer lugar abafado.
Tu, tão audaz e segura,
esquecida em cima da mesa
rainha desfeita
em domínios queridos,
sem rei e carpete vermelha
para sempre remetida
nos passados frios,
onde a neve te cumprimenta.
Não sei quem te esqueceu,
quem te enganou no bilhete falso
no carro enganado que apanhaste
e naquela mensagem,
em garrafa de naufrago,
que pedia para seres minha
sendo o "minha"
de alguém inverso
e também ele esquecido!
Não sei quem te esqueceu
Não sei quem te perdeu
Eu sem ti
continuo perdido
gostando também
que me oferecesses um pouco
desse esquecimento
que usufruis livremente.
Ricardo Costa
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