Vejo-te
a seres Tu,
mesmo Tu,
impoluta
e rara de prazeres
em cadernos
abertos e
vazios
onde Te escondes
e choras
cristais secos.
Vejo-te
a esculpir
em pedra
um sorrir
falso e malévolo
em vestígios
indefinidos
de degustação
mórbida
que te tortura
e
mata aos poucos
como
uma noite suave
que enamora
uma brisa morta
quente
Estás parada
em portas
fechadas e
precipícios simulados
os dedos caem-te
e os lábios
beijam o fumo
Eu vejo-te
no findar das causas
e no raiar
do tormento
trazes tréguas
e porquês
e de mim
te libertas
em mortes encenadas
Vejo-te
no cinzento amar
de amor perdido
e os olhos
fecham-me a visão
dignos de tentar
também morrer
para a dor ir embora.
Ricardo Costa
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