Subo ao Céu escuro pela escada que Deus usa,
procuro a sua porta camuflada entre as nuvens carregadas de amargura...
finalmente vejo-a...
lá se encontra a minha amante fiel, a loucura!
A minha companhia nas horas de perdição.
Levo as mãos à cabeça e sinto as lágrimas quentes a percorrer o meu rosto deformado...
elas caem no chão... o oceano engole-me...
dispo a roupa sem qualquer pudor, a força emancipa-se e revela as minhas intenções...
ela nada quer comigo!
Escárnio pelo vil metal que nos separa, rogo pragas ao Inferno e procuro a auto-flagelação...
maldita desta utopia!
Sinto-me preso a ela, as raízes da árvore da morte bloqueiam-me a saída...
que merda de guião vem a ser este?
Contraceno comigo mesmo no palco das sensações da vida...
ai solidão...!
Chamo a loucura... mas continuamos separados...
procuro a fuga desta prisão.
Feito filósofo de merda tento descobrir a solução do meu dilema...
a metafísica nunca foi o meu forte e eu não entendo.
Qual é a maldita solução?
Grito como doido e corro para o arco-íris em busca de suicídio...
mas não consigo... estúpido cobarde que vejo no reflexo da Lua...
quero vê-la mais uma vez...
a minha amante de perdição...
se eu a amo então a resposta deve estar no meu coração!!!
Sim... é isso!
Hummmm.... não consigo abri-lo...
alguém tem uma chave?
Ricardo Costa, O Caçador de Sonhos
Sem comentários:
Enviar um comentário