segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Musa

Escrevo na esperança de a vir a conhecer,
essa minha musa que me inspira mesmo nas mais sombrias noites.
Brindo-a com a minha literatura imprecisa, esboçando um futuro que por entre as nuvens chega a ela...
Todavia não passam de rascunhos...
As verdadeiras cartas de amor estão guardadas no meu coração.
Anseio o momento em que poderei segredar-lhas ao ouvido...
A espera é aborrecida e eu impaciente, dou por mim a procurar refúgios mais vezes do que desejaria...
Mas mesmo a bebida não entorpece o que sinto por ela.
Continuo a mandar-lhe os meus textos foleiros, a resposta tarda e a cada segundo sinto-me mais próximo do abismo...
Recuso-me a cair lá!
Lá em baixo é escuro e assim nunca a veria.
Perto do desespero faço a última tentativa... mando-lhe o texto que conta a história do meu ser...
Esse texto maldito que denomino de pesadelo.
Pelo correio dos Deuses a obra chegará a ela num instante, tenho-me de apresar...
Os preliminares são muito importantes e quero que tudo seja perfeito.
A resposta não tardou muito, como eu previa a insanidade do meu pesadelo transforma qualquer um...
Ela foi a vitima hoje... a minha musa...
Com a sua voz suave chama-me para sua beira, para o seu leito de amor em que serei bem vindo.
Com cautela pergunto-lhe se tem a certeza...
Se ela me quer conhecer e desvendar todos os mistérios negros que me constroem.
A sua determinação é inflexível... largo tudo e dirijo-me para ela...
Juntos brindamos há irrealidade e fantasia...
Mais tarde brindarei há minha poesia!

Ricardo Costa, O Caçador de Sonhos

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