São momentos agoniantes,
esses que vivo sem a tua presença para me consolidar...
sem ti não sou inteiro, mas sim metade de um todo.
És a massa que nos une,
o fertilizante daquilo que eu sinto por ti...
agora já nem sei o que isso é,
já não te vejo há tanto tempo que as memórias desvaneceram como a luz de final de dia...
e eu nem candeeiros tenho,
apenas um fósforo gasto.
Ridículo, eu sei...
a culpa é minha pois deixei-te partir,
e ainda hoje choro a minha ignorância...
Merda...! Merda...! Merda...!
Por mais que grite e desespere continuo na mesma,
alma dividida que caminha apenas num lado da estrada...
e nem é o lado certo... meu Deus...
já te procurei por tudo o que é sítio, Céu e Inferno inclusive...
não te encontrei, as lágrimas fizeram-me cegar.
Deus... por favor ajuda-me!
Devolve-me a visão para continuar a minha busca...
não te faças desentendido... eu sei que estás a ouvir!
responde... merda!
Agora estou ainda mais sozinho...
já não sei que fazer, ainda por cima estou perdido.
Que raiva!
Sinto-a a percorrer o meu corpo de alto a baixo...
mas deixo-a lá estar... até sabe bem...
sempre é melhor que o frio da solidão que se entranhou dentro de mim.
Quem dera que isto acaba-se...
Eu quero que acabe... Lúcifer? Ouves-me?
Leva-me contigo... não me importo de ser o teu sacrifício...
responde-me... por favor...
Foda-se...
Ninguem me responde... o frio volta a entranhar-se no meu corpo...
e continuo sem ti...
Ricardo Costa, O Caçador de Sonhos
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