sábado, 27 de fevereiro de 2010

Obscuridade em quadras

Escondo o meu verdadeiro eu,
por mais de uma vez o fiz,
não sei porque me deu
não sei porque o fiz.

Já estou habituado,
vivo nas sombras, no escuro,
amaldiçoando o meu fado
desejando esse futuro!

O medo não me deixa,
conto com ele como amigo.
A obscuridade não se queixa,
sou eu quem estou perdido!

Os sentimentos são cobardes,
todos fogem de mim.
Menos os que querem a minha liberdade
e planeiam o meu fim.

Já perto da escuridão
vejo algo de diferente.
No momento do Sim ou Não
recalculo o passo em frente.

Sinto a sua presença,
a minha amante de perdição,
o que quer que aconteça
é seu o meu coração.

O amor que sinto por ela
desejo que o saiba...
Abrisse um espacinho nela
onde, por ventura, ele caiba.

Mas como sou cobarde,
não lhe digo que a amo.
Vivo na obscuridade
onde posso ser insano!

Ricardo Costa, O Pintor do Desespero

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