Chama-me
atira-me à cara a frustração
e
agride-me verbalmente
com
a mão cheia de palavras...
Odeia-me mais,
mais
muito mais
que a ti
e eu juntos num só cubo de desespero!
Agarra-me
e deixa sair a raiva,
deixa ela
deixa a ser uma vez,
pelo menos uma vez
deixa-a ser tu e não o oposto...
Esconde as lágrimas
e toma a espada de lâmina afiada
e crava em mim
um pedaço da tu angustia
ferida,
azar do sangue cego
que te tira a razão do pensar
continua...
Chama-me de falso como nunca o fizeste!
Diz-me olhos nos olhos,
cara a cara
boca a boca
sentimento a sentimento,
o quanto não me queres e anseias
a quebra do meu espírito sob
as ameaças do que não podes fazer!
Escreve
nas nuvens
as maldições que apregoas em meu nome
e deixa o feitiço
do mal-dizer ecoar nas
paredes vazias da, outrora,
nossa casa!
Fala-me como uma criança
e da verdade da mentira tira a conclusão
da ira que te magoa!
Falso, dizes!
Falsidade, chamas!
E gritas muda de sons uma frase
que foge do destino
e que se forja como minha cúmplice!
Falsa também...
Falsa como eu,
mas falsa de bem
e a falsidade é bem disfarçado
e eu disfarçado não estou!
Espero-te no jardim das flores pretas,
aguardo-te para que mo digas
sem receios
Seu falso,
Seu falso
Seu falso...
És falso...
Com a força de mil homens de juntarei a mim
e
no abrir do crepúsculo
te direi!
Sim!
Sou falso!
Mas...Amo-te de verdade!
E a falsidade virou as costas
e segui a linha torta
que se embriagou com os sentimentos contraditórios das duas almas!
Será ela falsa também?
Ricardo Costa
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