Chora o vento,
sobre as planícies plácidas de inverno,
onde
as flores nascem com
promessas de dizeres mal-fadados!
Lágrimas do vento,
chuva da maré-alta que se espraia
nos descampados por trás das ruínas!
As ruínas que deitaste fora!
Suspiro do vento,
desabafo de companheiro de armas,
de canhão aberto
e
espadachim sanguinário.
Recordação lenta...
Memória!
O candelabro de rua enfeita a solidão!
Chamamento do vento,
sorriso fechado de agonia aberta.
Peito dilacerado
saudade que deserta
o tempo que se desenha no caderno esquecido na cave!
Agoniza o vento,
antigo vento,
vento antigo que se agoniza complacente,
cúmplice da mentira,
verdade que falseia
maresia de verdade que atiça o fogo
de lenhas
perdidas nos tempos já passados!
O vento de ontem!
A ontem o vento que foi.
Ontem não deixará de ser vento
o vento que já o levou!
Chora o vento de ontem,
chora a sua brisa de embalar,
chora as horas que fez mover
e
chora
o ontem que perdeu no hoje que se faz sentir!
Ricardo Costa
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