Lá no topo da montanha
se ergue uma casa magistral
quem lá passa, já estranha
Julgando-se por ver mal.
Mas de verdade ela está
no seu sítio poisada
estará lá ainda amanhã
no fim da sinuosa escalada.
Árvores brandas à sua volta
qual rei no seu trono
são mais que uma escolta
daquele casebre sem dono.
Pintura fresca, do ar
recebe de bom grado
quem lá quiser entrar
quem lá ficar deitado.
Suas camas são de veludo
música de fundo relaxante
ouve-se, no silêncio mudo
um repouso estridente.
Entra, entra à vontade
despe as roupas tuas, frias
no casebre de saudade
reencontras as alegrias.
Lá no topo ele fica
quem debaixo ele espreita
sua presença enfeitiça
qualquer vivência desfeita.
Na montanha o casebre
o casebre abandonado
quem fala isto (escreve)
na sua imagem, alucinado.
O dia vai chegar, chegou
os pés novamente tocarão
o sonho, só o que restou
do casebre em meu coração.
No fim, a noite chega
o casebre lá permanece
o sentimento que aconchega
enquanto o dia desaparece.
Obrigado meu casebre
o casebre da montanha
não é meu de verdade
só é de quem o apanha.
Ricardo Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário