quarta-feira, 14 de julho de 2010

King Nothing

Rei do nada
perdeu a coroa nos
seus discursos
enquanto os súbditos
mergulhavam em tanques
de água mirrada pela cintura.

Onde está a tua coroa?

Em cima da mesa
e nas letras desmaiadas
carta de demissão
de uma vida passada,
e o choro
da rainha, sua amada,
deitada nas escadas de
mármore que se cruzam em seus domínios.

Rei Nada sem coroa!

E a guilhotina
se faz notar num sibilante
desassossego,
aconchegando em si
o sangue de vil traidor
em carnes secas
e pretas do tempo estragado.
O riso,
entre os risos,
do malfeitor encapuçado
que segura em mão
o severo machado
que faz as cabeças rolarem
pelo chão sujo.

King Nothing
sem coroa...

Nothing,
Nada...

Rei fraco de cabelo ralo,
em palavras opulentas
se escreve ensaiado,
em teatros de rua falsos
se faz em mentiras
e desfaz em pranto
qual estrépito agudo da agonia
que foge da garganta aberta
de seu filho
agora órfão!

Rei Nada perdeu a coroa!

Quem tem a coroa?

Ninguém sabe nada...

Nada...

Nothing...

King Nothing!

Ricardo Costa

Sem comentários:

Enviar um comentário